Ansiedade não é falta de fé

A infância interrompida: como a ansiedade mudou minha vida aos 11 anos

Ansiedade não é falta de fé: um testemunho de superação e fé cristã

Ansiedade não é falta de fé. O que causa ansiedade? Essa é uma pergunta com resposta complexa e, muitas vezes, sem um único motivo definido. Não sei exatamente o que causa a ansiedade, mas sei que ela pode atingir qualquer pessoa — independente da classe social, religião ou status. A verdade é que a ansiedade existe, é real, e está afetando cada vez mais pessoas.

Fatores externos podem contribuir para o surgimento ou agravamento da ansiedade, como problemas financeiros, relacionamentos conturbados ou excesso de responsabilidades. No entanto, cada caso é único. Há pessoas que não têm contas a pagar, vivem em boas condições e mesmo assim sofrem com ansiedade. Isso mostra que fatores externos apenas intensificam um problema que, muitas vezes, já existe dentro da pessoa, como uma bomba prestes a explodir.

O cristão pode ficar ansioso?

Com certeza! Um cristão é um ser humano como qualquer outro. Ser cristão não torna ninguém imune aos problemas da vida, e a ansiedade pode afetar qualquer um, inclusive aqueles que têm .

Sintomas da ansiedade

Segundo o site Tua Saúde, os sintomas da ansiedade podem ser divididos em físicos e psicológicos.

Sintomas físicos:

  1. Tremores
  2. Náuseas ou vômitos
  3. Dor de estômago ou diarreia
  4. Falta de ar ou respiração ofegante
  5. Suor excessivo, calafrios ou ondas de calor
  6. Formigamento ou dormência nos braços ou pernas
  7. Tensão muscular
  8. Boca seca
  9. Irritabilidade e dificuldade para dormir
  10. Tontura, vertigem ou sensação de desmaio
  11. Inquietação, agitação
  12. Dificuldade para falar

Além disso, podem surgir palpitações cardíacas ou dores no peito — sintomas que muitas vezes são confundidos com infarto. É importante saber diferenciar entre infarto e ansiedade.

Sintomas psicológicos:

  1. Medo de perder o controle ou de morrer
  2. Dificuldade de concentração
  3. Sensação constante de que algo ruim vai acontecer
  4. Descontrole dos próprios pensamentos
  5. Pensamentos ou memórias assustadoras
  6. Falhas na memória
  7. Nervosismo
  8. Medo de ser julgado negativamente por outras pessoas
  9. Sensação de desconexão com a realidade
  10. Confusão mental ou distração constante
  11. Preocupação excessiva

Ei, meu irmão e minha irmã, prestem atenção nesses sintomas. Consultem um médico para avaliar o seu caso. Não fiquem dizendo que tudo é o diabo. Precisamos entender que, enquanto estivermos vivendo aqui, estaremos sujeitos a esses problemas.

Muitos cristãos erram nesse sentido, ao não procurarem tratamento para o problema, achando que é “seta do inimigo”. Não estou dizendo que isso não pode acontecer, mas precisamos lembrar que somos carne, e a carne está sujeita a todo tipo de enfermidade.

Deus pode curar, sim, mas Ele também precisa da nossa atitude para agir. Os profissionais de saúde existem para isso, e eu creio que Deus cura através dos médicos. Também acredito em milagres — coisas que acontecem sem explicação.

Ansiedade não é falta de fé

Falando nisso, quero compartilhar um pouco da minha própria história…

Infância feliz

Sempre fui uma criança feliz, brincava muito. Eu era muito alegre, tinha muita energia, eu era feliz de verdade! Morávamos em lugar de rio e praia, natureza linda! Meus pais não tinham problema no casamento, não brigavam.

Na época éramos uma família de 10 pessoas: eu, mais sete irmãos, meu pai e minha mãe. Depois nasceram mais dois.

A primeira crise

Aos 11 anos de idade, eu estava tranquilo, feliz e cheio de energia. De repente veio uma crise de pânico muito forte. Fiquei assustado, eu era apenas uma criança, não sabia o que era aquilo. Depois desse dia, nunca mais fui o mesmo.

Meu coração só faltou sair pela boca de tão forte que batia, senti uma tristeza muito forte e uma angústia difícil de explicar! Parecia que daquele dia eu não passaria, um medo terrível de morrer. Pensei que meu coração estava doente. Na minha cabeça eu pensava que daquele dia eu não passaria, eu iria morrer. Foi algo horrível, uma experiência assustadora!

Sem respostas

Depois desse dia foram várias crises, todos os dias sentia angústia e muito medo de morrer. Naquela época, ninguém tinha conhecimento do que estava acontecendo.

Minha mãe pensou que eu estava com problema no coração. Não se ouvia falar de crise de ansiedade. Lembro que minha mãe ficou desesperada, sem saber o que fazer.

Em busca de ajuda

Nossa cidade fica no interior do estado de Sergipe. O acesso a médico era muito difícil, especialmente naquela época (ano 1999).

Minha mãe e eu precisou percorrer uma longa distância a pé até a cidade mais próxima para me levar ao médico!

A médica me encaminhou para o hospital São Lucas em Aracaju/SE, onde fiz alguns exames no coração. No resultado dos exames não foi constatada nenhuma anormalidade.

Crises persistentes

Seria pra mim ter ficado feliz, afinal meus exames estavam normais, mas as crises de pânico continuavam. Me tornei uma criança angustiada, retraída, introvertida.

Ninguém me entendia, e isso me deixava mais angustiado. Fui obrigado a conviver com esse problema. Não sabia o que estava acontecendo comigo, nem ninguém à minha volta tinha esse conhecimento.

Mudança de visão sobre o mundo

Segui minha vida. Não conseguia brincar mais, não tinha alegria. Via o mundo de forma diferente. Aquele mundo “colorido” que uma criança vê, para mim não existia mais. Era tudo sem graça, não tinha prazer em nada. Todos os dias achava que iria morrer.

Meu coração parecia que não tinha espaço no peito de tão grande que sentia.

Medos e pensamentos obsessivos

Teve um momento na minha vida que eu achava que tinha doença de chagas, até fazer os exames para descartar esse pensamento que perturbava a minha mente. Para uma pessoa ansiosa, tudo é doença, e achamos que temos todas as doenças possíveis.

Isso não quer dizer que uma pessoa não tenha outras doenças. Por isso, antes de procurar um tratamento psicológico ou psiquiátrico, certifique-se de que esteja tudo certo com os exames clínicos.

Adolescência e vida adulta

Entrei na fase da adolescência e nada mudou. Entrei na fase jovem e o problema continuou. Cheguei à fase adulta e continuei do mesmo jeito!

Nesse período fui diversas vezes ao médico, fiz vários exames clínicos, nunca constou nenhum problema de saúde física.

Primeiros tratamentos

Aos 23 anos de idade, já morando aqui no estado de São Paulo, já tinha alguns conhecimentos do que estava acontecendo comigo.

Procurei uma psicóloga, fiz 10 meses de tratamento, inclusive com acupuntura. Não tive melhoras. Pedi para me encaminhar para um psiquiatra.

Tomei remédios por algum tempo. Testei vários antidepressivos (me lembro do paroxetina e fluoxetina), mas nenhum fez efeito. Então perdi a esperança em remédio e abandonei o tratamento.

Viver com ansiedade

Fui convivendo com essa terrível ansiedade. Mas tem hora que não dá pra suportar. A ansiedade rouba a paz, a alegria, a energia, o ânimo, e a qualidade de vida fica prejudicada.

Não consigo curtir os momentos em família, com amigos. Qualquer tarefa que saia da minha rotina já fico apreensivo. Meus músculos não relaxam. Sofro por antecedência. Como é difícil lidar com isso!

Efeitos no dia a dia

De fato, é uma doença. E uma doença que nos paralisa. Já perdi muitas oportunidades na minha vida. Comecei muitas coisas e não consegui concluir.

Fico sem energia devido ao excesso de pensamentos. Depois do meio-dia já não tenho ânimo pra fazer mais nada. Parece que passei parte da manhã trabalhando em algum serviço muito pesado, sem contar que já acordo cansado. Fico o dia inteiro com aparência de cansado. Mesmo nos dias de folga fico assim. A mente não desliga, os músculos ficam tensos, não consigo relaxar, meu corpo fica doendo.

Uma visão cristã sobre o problema

Como tem ainda muitos cristãos ignorantes acerca desse assunto. Posso afirmar que ansiedade não é falta de fé ou algo espiritual.

Ansiedade é uma doença como qualquer outra. O problema é a complexidade — por não ser algo físico, algumas pessoas simplesmente ignoram quem sofre com esse transtorno.

Minha fé e a realidade

Eu cresci em uma igreja evangélica. Sempre permaneci com a minha fé em Cristo. Nunca me afastei da igreja.

Esse problema não se trata de fé ou religião. Assim como uma diabetes, por exemplo, pode atingir qualquer pessoa. Somos seres humanos. Enquanto aqui vivermos, estamos sujeitos a qualquer enfermidade.

Fé, tratamento e sabedoria

Deus deu conhecimento e inteligência aos médicos. Então devemos procurar tratamento. É através dos médicos que Deus nos cura. Quantos cristãos sofrem até hoje por achar que esse problema é espiritual e por isso não procuram tratamento? Vamos ser sábios e inteligentes. Temos que ter fé? Sim, temos. Porém, a fé sem as obras é morta. Não adianta ficar só orando e não agir. Deus age através da oração, da fé e das atitudes.

Você não está sozinho nessa luta

Se você chegou até aqui, quero que saiba de uma coisa: você não está sozinho. Minha experiência é apenas uma entre tantas. A ansiedade atinge pessoas de todas as idades, crenças e histórias — e, muitas vezes, o maior peso não está no que sentimos, mas na solidão de não sermos compreendidos.

Não tenha medo de buscar ajuda. Falar sobre isso não é sinal de fraqueza, é um ato de coragem. Fé e tratamento caminham juntos, e Deus nos deu recursos, profissionais e caminhos para seguir.

Que meu relato possa te inspirar a dar o primeiro passo, ou a continuar mesmo quando tudo parecer escuro. Há esperança. Há luz. E ela começa quando a gente decide não desistir.

Você é importante. Não desista de você.

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